O processo eleitoral venezuelano permite que os fiscais de cada partido obtenham uma cópia da ata eleitoral de cada uma das 30 mil mesas de votação do país. A solicitação de Maduro é para que o Tribunal realize uma perícia detalhada para analisar todos os documentos e determinar a verdade dos fatos.
Desde a divulgação do resultado do pleito, o Conselho Nacional de Eleição (CNE) tem sido pressionado pela oposição e por organismos internacionais para publicar as atas utilizadas para calcular o resultado. O CNE alega que um ataque hacker contra seu sistema de comunicação atrasou os trabalhos do órgão.
A oposição, liderada por Edmundo González e María Corina Machado, alega possuir 73% das atas de todas as mesas eleitorais e aponta que estas indicariam uma vitória da oposição sobre Maduro, contradizendo o anúncio oficial do CNE de que Maduro teria 51,21% dos votos contra 44% de Edmundo.
Desde o anúncio dos resultados eleitorais, as manifestações contrárias se proliferaram pelo país, contestando o resultado do pleito. O Ministério Público da Venezuela relatou que 1.062 pessoas foram presas e 77 membros das forças de segurança ficaram feridos nos confrontos. Além disso, um policial foi morto a tiros no estado de Aragua e a ONG venezuelana Foro Penal contabiliza 11 mortes de manifestantes durante as manifestações.
As autoridades venezuelanas alegam que os distúrbios fazem parte de uma estratégia para um golpe de Estado no país, enquanto a oposição argumenta que as manifestações são legítimas e acusa o Estado de repressão política.