BRASIL – Ministra Sonia Guajajara busca paz em Douradina em meio a conflito entre indígenas guarani-kaiowá e produtores rurais

Nesta terça-feira (6), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, realizou uma visita a Douradina, no estado de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de mediar um conflito entre grupos guarani-kaiowá e produtores rurais em relação às áreas que estão sendo reivindicadas como territórios tradicionais pelos indígenas.

Essas ocupações, denominadas pelas comunidades indígenas como “retomadas”, têm resultando em episódios de violência contra os guarani-kaiowá, que estão imersos em um longo conflito fundiário na região. Recentemente, foram denunciados dois ataques com homens armados a acampamentos localizados em uma área destinada para abrigar a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, que resultaram em ferimentos em pelo menos nove indígenas. Os vídeos divulgados nas redes sociais mostram a presença de veículos ao redor das áreas ocupadas.

Durante a visita, a ministra Sonia Guajajara ressaltou a importância do diálogo e da busca por soluções pacíficas para o conflito. Em conjunto com a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, e o coordenador geral de Operações da Força Nacional de Segurança Pública, Luis Humberto Caparroz, a ministra destacou a necessidade de ouvir todas as partes envolvidas.

Além disso, a presença da Força Nacional de Segurança Pública na região foi reforçada para garantir a segurança e integridade física dos povos indígenas em meio ao conflito. A ministra também assegurou que o governo federal está trabalhando para concluir os processos demarcatórios de novas terras indígenas, paralisados por recursos judiciais impetrados por produtores rurais.

É importante ressaltar que a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica foi delimitada em 2011, mas ainda não foi totalmente desocupada de não indígenas devido a recursos judiciais. Essa situação, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), gera insegurança jurídica no campo.

Diante desse contexto complexo, é fundamental promover o diálogo entre as partes envolvidas e buscar soluções que garantam a segurança e os direitos de todas as comunidades afetadas pelo conflito fundiário em Mato Grosso do Sul.

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