Essas ocupações, denominadas pelas comunidades indígenas como “retomadas”, têm resultando em episódios de violência contra os guarani-kaiowá, que estão imersos em um longo conflito fundiário na região. Recentemente, foram denunciados dois ataques com homens armados a acampamentos localizados em uma área destinada para abrigar a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, que resultaram em ferimentos em pelo menos nove indígenas. Os vídeos divulgados nas redes sociais mostram a presença de veículos ao redor das áreas ocupadas.
Durante a visita, a ministra Sonia Guajajara ressaltou a importância do diálogo e da busca por soluções pacíficas para o conflito. Em conjunto com a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, e o coordenador geral de Operações da Força Nacional de Segurança Pública, Luis Humberto Caparroz, a ministra destacou a necessidade de ouvir todas as partes envolvidas.
Além disso, a presença da Força Nacional de Segurança Pública na região foi reforçada para garantir a segurança e integridade física dos povos indígenas em meio ao conflito. A ministra também assegurou que o governo federal está trabalhando para concluir os processos demarcatórios de novas terras indígenas, paralisados por recursos judiciais impetrados por produtores rurais.
É importante ressaltar que a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica foi delimitada em 2011, mas ainda não foi totalmente desocupada de não indígenas devido a recursos judiciais. Essa situação, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), gera insegurança jurídica no campo.
Diante desse contexto complexo, é fundamental promover o diálogo entre as partes envolvidas e buscar soluções que garantam a segurança e os direitos de todas as comunidades afetadas pelo conflito fundiário em Mato Grosso do Sul.