BRASIL – Movimento dos Atingidos por Barragens pede rejeição de proposta de mineradoras na Mesa da Repactuação Rio Doce em carta aberta.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está em alerta e divulgou uma carta aberta em que solicita a rejeição da proposta apresentada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton na Mesa da Repactuação Rio Doce. No documento, o MAB reivindica um acordo que priorize a reparação integral das vítimas, em vez dos interesses lucrativos das empresas envolvidas.

Segundo o movimento, as mineradoras buscam um acordo estimado em cerca de R$100 bilhões, porém essa quantia não é considerada suficiente para garantir a reparação completa de todas as famílias afetadas. Conforme o MAB, as empresas pretendem transferir a responsabilidade de resolver os problemas pendentes para o governo federal, o que vai contra os princípios da reparação integral.

A associação estima que o valor destinado ao desastre de Mariana deveria ser pelo menos R$ 500 bilhões, comparando com o acordo firmado pela Vale na tragédia de Brumadinho. O MAB ressalta que os valores em discussão nas negociações são insuficientes para compensar os danos individuais, as compensações coletivas e a recuperação ambiental, sem mencionar a inclusão de áreas afetadas que ainda não foram reconhecidas pelas empresas.

Além disso, o MAB critica a falta de transparência e participação dos atingidos nas negociações do acordo. Segundo o movimento, as discussões estão ocorrendo de forma sigilosa e sem a presença das vítimas, o que representa um mau exemplo internacional. Também há relatos de tentativas de impedir que os atingidos busquem justiça nos países de origem das mineradoras.

Diante desse cenário, o MAB solicita uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alerta para os riscos de um acordo desfavorável aos atingidos. Até o momento, a Vale não se pronunciou sobre o posicionamento do movimento. A cobrança por um acordo justo e transparente continua, na esperança de que as vítimas sejam ouvidas e devidamente reparadas.

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