Em uma apresentação realizada nesta quarta-feira (21), Monalisa compartilhou sua história para expor a situação das adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de internação. O evento aconteceu em um auditório da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e contou com a presença de representantes de diversas organizações da sociedade civil.
O relatório elaborado pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca) revelou um panorama preocupante das condições das adolescentes nas unidades socioeducativas. Eixos estruturais, de saúde e identidade foram identificados como principais violações de direitos, envolvendo desde a falta de estrutura física adequada até situações de violência e assédio sexual.
Além disso, a disposição geográfica das unidades também foi destacada como um problema, já que muitas adolescentes acabam isoladas de seus familiares devido à localização distante das unidades de internação. O perfil traçado das meninas que cumprem medidas socioeducativas no Brasil revelou outras questões preocupantes, como a maternidade precoce e a presença de meninas transgênero no sistema.
Durante o evento, representantes de diversas entidades criticaram o tratamento rígido e desumano que as menores recebem nas unidades de internação, ressaltando a importância da ressocialização e da garantia dos direitos humanos. A defensora pública Paula Arraes destacou a necessidade de tornar públicas as violações de direitos cometidas no sistema socioeducativo, a fim de promover mudanças efetivas e garantir um ambiente seguro e acolhedor para as adolescentes.
Diante de relatos tão impactantes e reveladores, é importante que a sociedade como um todo se mobilize para cobrar políticas públicas eficazes e garantir que as adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas sejam tratadas com dignidade e respeito. A luta pelos direitos humanos é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.