A bióloga Marion Silva ressalta a importância das iniciativas de conservação do tamanduaí, mencionando a necessidade de ampliação dos esforços para proteger não apenas essa espécie, mas toda a biodiversidade presente na região. Com cerca de 30 centímetros de comprimento e até 400 gramas de peso, o tamanduaí é um animal solitário e noturno, passando a maior parte do tempo no topo das árvores. Classificado pela IUCN como “dados deficientes”, ainda há muito a ser descoberto sobre essa espécie.
Estudos genéticos apontam que os tamanduais do Delta do Parnaíba estão separados há 2 milhões de anos dos que habitam a Amazônia, o que indica uma evolução distinta ao longo do tempo. A região, com mais de 80 ilhas em 3 mil quilômetros quadrados, é considerada um importante berçário da vida marinha e lar de diversas espécies, tornando-se alvo de ameaças como o turismo predatório, presença de animais domésticos e interesses industriais.
Flávia Miranda, coordenadora do Instituto Tamanduá, destaca a importância do trabalho em conjunto com a população local, incluindo ações de reflorestamento, restauração de áreas naturais e o desenvolvimento do turismo de base comunitária. A coleta de sêmen dessa espécie e a criação de uma unidade de conservação na região são passos importantes para garantir a sobrevivência do tamanduaí e sua reintrodução no habitat natural, se necessário. A proteção do manguezal no Delta do Parnaíba se mostra crucial diante dos desafios globais enfrentados pelos ecossistemas marinhos.