A expulsão dos agricultores gerou grande repercussão e mais detalhes sobre o ocorrido foram revelados pelo site De Olho nos Ruralistas, em um dossiê intitulado “Arthur, o Fazendeiro”. Segundo a publicação, os agricultores viviam há décadas na região, mas foram desalojados em um procedimento movido pela família Lira, que alega ser proprietária da Fazenda Engenho Proteção, parte de uma massa falida adquirida em 2008.
Não é a primeira vez que Biu de Lira se envolve em questões agrárias. Nas eleições anteriores, ele declarou ser dono da Fazenda Estrela e da Fazenda Quitéria, somando mais de 400 hectares de terras na região de Quipapá. Em parceria com seu filho, Arthur Lira, a família detém um império agropecuário com mais de 3.800 hectares espalhados por Alagoas e Pernambuco, onde criam gado Nelore e promovem eventos como vaquejadas e leilões.
Em 2023, a Lira Agropecuária e Eventos realizou dois leilões de sucesso, movimentando milhões de reais e contando com a presença de políticos influentes, como o senador Ciro Nogueira e o governador Ibaneis Rocha. Além disso, Benedito de Lira, que começou no setor agropecuário nos anos 80, mostra uma diminuição em sua fortuna declarada à Justiça Eleitoral, indicando mudanças em seu patrimônio e investimentos.
A relação entre a família Lira e Pereira, aliada à expansão territorial iniciada na década de 90 devido à crise no setor canavieiro do Nordeste, revela um jogo de interesses e poder que influencia a política regional. Com Benedito de Lira atuando como prefeito em Barra de São Miguel, Alagoas, e recebendo recursos do orçamento secreto liderado por seu filho, Arthur Lira, a investigação sobre as atividades agropecuárias e políticas das famílias em questão torna-se cada vez mais relevante e questionadora.
