Além da prisão de Thales André, outro advogado suspeito de intermediar as negociações de decisões judiciais, Thiago Sulino de Castro, foi detido preventivamente. No total, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão em diversos estados, como Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal, além do Tocantins. A maioria dos mandados teve como alvo advogados e escritórios de advocacia suspeitos de participação no esquema.
As autorizações para as diligências partiram do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde as investigações estão sob sigilo, devido à prerrogativa de foro dos desembargadores envolvidos. Entre os investigados estão magistrados do TJTO, procuradores e promotores. O desembargador João Rigo Guimarães teve sua residência vasculhada pela PF, que investiga crimes como corrupção ativa, exploração de prestígio, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A PF informou que as investigações envolvem supostas negociações para compraventa de decisões judiciais, assim como condutas para lavagem de dinheiro originado de atividades criminosas. O nome da operação, Máximus, faz alusão ao personagem do filme Gladiador, que combateu a corrupção no Império Romano.
A Agência Brasil entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Tocantins em busca de posicionamento e tentativas de contato com os desembargadores citados ou suas defesas. A defesa de Thiago Sulino de Castro optou por não se manifestar até ter acesso aos autos do processo, assim como o advogado Leandro Manzano, representante de Thales André Pereira Maia.
Essa nova operação ocorre apenas dois dias após a PF deflagrar outra ação contra o governador do estado, Wanderlei Barbosa, por suspeitas de desvios na contratação de empresas para distribuição de cestas básicas, em um caso aparentemente não relacionado com a investigação atual.