BRASIL – Ministério Público venezuelano convoca principal candidato da oposição para prestar esclarecimentos sobre supostas atas eleitorais fraudulentas.

O candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, está no centro de uma polêmica envolvendo acusações do Ministério Público (MP) do país. Nesta segunda-feira (26), o fiscal-geral do MP, Tarek William Saab, notificou González para comparecer à sede do órgão em Caracas nesta terça-feira (27) para prestar esclarecimentos sobre uma investigação relacionada às supostas atas eleitorais publicadas pela oposição em uma página na internet.

De acordo com o MP, manter a página com as supostas atas eleitorais pode configurar crimes como usurpação de funções, forjamento de documento público, instigação à desobediência das leis, delitos informáticos, associação para delinquir e conspiração. A investigação aponta que a página busca usurpar as competências do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), instituição responsável por publicar os resultados eleitorais na Venezuela.

Edmundo González, o candidato da oposição que alega ter vencido a eleição contra Nicolas Maduro, questionou a imparcialidade do fiscal-geral venezuelano ao comentar sobre a investigação em uma rede social. Ele afirmou que o MP pretende submetê-lo a uma entrevista sem especificar em quais condições ele deve comparecer e pré-qualificar crimes não cometidos, acusando o fiscal-geral de agir como um acusador político.

Enquanto isso, o governo de Maduro tem acusado González e María Corina Machado de serem os responsáveis intelectuais pela violência nos protestos pós-eleitorais, com o suposto objetivo de promover um golpe de Estado. Em contrapartida, a oposição acusa o governo de fraudar a votação do dia 28 de julho e de reprimir e prender manifestantes contrários à reeleição de Maduro.

Organizações de direitos humanos denunciam prisões arbitrárias pós-eleição na Venezuela, com estimativas de 1,3 mil detenções. A situação política e social no país sul-americano continua gerando tensões e confrontos entre o governo de Maduro e a oposição liderada por González, com acusações de ambos os lados.

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