O Ipam utilizou imagens de satélite e dados da Rede MapBiomas para realizar o monitoramento e mapeamento desses focos de calor. Os dados revelaram que 44,45% dos focos estavam em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, enquanto 19,99% estavam em pontos classificados como “mosaicos de usos”, onde não é possível distinguir pastagens de áreas de agricultura. Além disso, houve registros em áreas de pastagem, silvicultura, soja, citrus, café e outros tipos de cultivo.
As formações florestais foram as mais atingidas, representando 13,57% dos focos de calor em áreas de vegetação nativa. Cinco cidades do estado concentraram 13,31% dos focos, sendo Pitangueiras, Altinópolis, Sertãozinho, Olímpia e Cajuru as mais afetadas.
Na última sexta-feira, o número de focos de calor em São Paulo superou a soma de todos os estados da Amazônia, o que evidencia a gravidade da situação no Estado. Os especialistas do Ipam destacaram a presença de colunas de fumaça a cada 90 minutos, além do aumento significativo de focos de calor registrados pelo satélite.
A diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, ressaltou a gravidade do quadro, destacando semelhanças com o chamado “Dia do Fogo” ocorrido em agosto de 2019 na Amazônia. Segundo Alencar, o estado de São Paulo enfrenta uma situação atípica, com focos de calor intensos que merecem atenção e medidas para contenção e prevenção de incêndios.