Barroso fundamentou sua decisão afirmando que não houve uma clara demonstração das causas justificadoras de impedimento previstas na legislação. O pedido em questão foi solicitado pela defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no setor do TSE responsável pelo monitoramento de desinformação durante as eleições presidenciais de 2022, quando Moraes presidia a corte eleitoral.
O pedido de impedimento de Moraes como relator surgiu após Tagliaferro ser alvo de um mandado de busca e apreensão determinado pelo próprio ministro no âmbito de um inquérito aberto para investigar o vazamento de mensagens trocadas entre o ex-assessor e um desembargador.
As conversas vazadas revelam pedidos do desembargador para a produção de relatórios sobre publicações nas redes sociais por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que posteriormente foram alvo de decisões de Moraes em inquéritos no Supremo. Moraes afirmou que não há nada a esconder e ministros como Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e o próprio Barroso saíram em defesa do ministro.
O novo inquérito aberto por Moraes visa apurar possíveis vazamentos de conversas envolvendo servidores do STF e TSE. Após determinar medidas contra seu ex-assessor, Moraes solicitou a reclassificação do inquérito para “petição”. O advogado de Tagliaferro argumentou que Moraes não poderia ser relator de um inquérito relacionado à sua própria atuação sem a manifestação da Procuradoria-Geral da República.
O episódio envolvendo o ex-assessor de Moraes tem gerado polêmica e levantado questões éticas e legais, refletindo a importância da transparência e imparcialidade nas investigações dentro do sistema judiciário brasileiro. Enquanto a defesa busca justiça para seu cliente, as decisões e posicionamentos dos ministros do Supremo continuarão sendo acompanhados de perto pela opinião pública.