Polícia desvenda esquema do ‘golpe da garra fraca’ em máquinas de pelúcia em operação no Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quarta-feira a 2ª fase da Operação Mãos Leves, com o intuito de desarticular quadrilhas que atuam de forma ilegal em máquinas de bichinhos de pelúcia. Essa etapa da operação tem como alvo principal um esquema de adulteração dos equipamentos, a fim de dificultar a liberação dos brindes. Durante as investigações, foi revelado o chamado “golpe da garra fraca”.

De acordo com as informações obtidas, os agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em diferentes endereços. Um dos locais vistoriados foi um galpão localizado em Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro, que pertence à Black Entertainment. No interior do galpão, foram encontradas dezenas de máquinas e centenas de pelúcias que foram identificadas como produtos pirateados.

O esquema fraudulento consistia na instalação de um contador de jogadas em cada equipamento, que interferia na corrente elétrica da garra usada para pegar os brinquedos. Somente após um determinado número de créditos ser alcançado, o dispositivo liberava a potência necessária para que a garra conseguisse capturar um brinquedo. Dessa forma, na maioria das vezes, os clientes perdiam dinheiro ao tentar pegar os bichinhos, uma vez que a máquina não possuía força suficiente para completar a operação.

No galpão da Black, os investigadores encontraram baias identificadas com nomes de shoppings, como o Via Parque e o West, indicando o destino das máquinas adulteradas. O delegado Pedro Brasil informou que todos os equipamentos apreendidos na operação estavam com o contador de jogadas.

Além disso, as investigações apontaram que as empresas Black Entertainment e London Adventure estavam utilizando pelúcias falsificadas de personagens de marcas registradas nos equipamentos localizados em shoppings centers do Grande Rio. A primeira fase da Operação Mãos Leves, realizada em maio, resultou na apreensão de máquinas e grande quantidade de pelúcias.

Durante as buscas, foram encontrados celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão analisados com o intuito de desvendar a estrutura do grupo criminoso. Os envolvidos podem responder por crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial e associação criminosa, além da contravenção de jogo de azar. As investigações seguem em andamento para apurar possíveis práticas de lavagem de dinheiro e identificar outros membros e organizações criminosas envolvidas no esquema.

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