Durante sua declaração, Lessa alegou que atuou exclusivamente para executar Marielle, e que o motorista acabou sendo atingido pelos tiros disparados com a submetralhadora HK. Segundo as investigações, a arma utilizada no crime foi fornecida por Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
“No plano inicial, não tinha a intenção de atingir a sobrevivente [Fernanda] e o Anderson. Não era para Anderson ter morrido. Não vi a perícia. Acredito que os tiros que atingiram Anderson passaram pela Marielle”, afirmou Lessa durante o depoimento.
Além de Lessa, são réus no processo Domingos Brazão, Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Ronald Paulo de Alves Pereira, todos acusados de homicídio e organização criminosa e atualmente presos. Cerca de 70 testemunhas devem depor no decorrer da ação penal, com os depoimentos dos réus previstos apenas para o fim do processo.
No segundo dia de depoimento, Lessa revelou que recebeu informações antecipadas sobre a operação policial que resultou em sua prisão e que o assassinato de Marielle foi planejado de forma a não parecer um crime político, com o objetivo de evitar a intervenção da Polícia Federal no caso. Com novas reviravoltas surgindo a cada dia de depoimento, a investigação promete revelar cada vez mais detalhes sobre esse crime que chocou o país.