Durante a conferência, os participantes trabalharam na finalização da carta final do evento, que será apresentada no 9º Congresso Pan-Africano, no Togo, em outubro. A ideia é entregar o documento aos chefes de estado presentes em Salvador para o encerramento oficial da conferência, que contará com a presença de representantes da União Africana e da diáspora.
Um dos temas abordados no debate foi a reparação, reconstrução e memória, com foco na reaproximação de África e das populações da diáspora. O Brasil, como principal país da diáspora fora da África, desempenha um papel fundamental nesse processo, com Salvador sendo uma peça-chave nesse projeto de desenvolvimento e relação multilateral.
O evento contou com a participação de delegações de mais de 50 países, que discutiram sobre as necessidades das populações negras e africanas, além de afro-diaspóricas. O pesquisador Igor Prazeres, da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen), defendeu a reconstrução das relações pan-africanistas e destacou a importância da priorização de ações nas áreas de educação, cultura e memória.
Prazeres também ressaltou a importância de criar uma instituição multilateral durante o período em que o Brasil está na presidência temporária do G-20. Ele enfatizou a necessidade de uma abordagem mais ampla na educação, que inclua os saberes das comunidades tradicionais e a luta contra políticas que afetam a juventude negra, como a repressão policial nas chamadas “guerras contra as drogas”.