Durante o período de 2015 a 2022, foram registradas 2.539 mortes de jovens com até 19 anos como resultado de crimes violentos. O ano com o maior número de mortes foi 2016, totalizando 475 vítimas. Houve uma queda gradual nas mortes violentas nos anos seguintes, culminando em 209 mortes em 2021. No entanto, esse padrão foi interrompido em 2022, quando 213 crianças e adolescentes perderam suas vidas de forma violenta.
Além das mortes causadas por crimes, o estudo também revelou que 1.408 jovens com até 19 anos faleceram em decorrência de intervenções policiais, com um aumento de 23% em 2023 em comparação com o ano anterior.
A análise destacou que a maioria das vítimas de homicídios era do sexo masculino (84,2%) e tinha entre 15 e 19 anos de idade (87%). Ademais, foi observado que a maioria das crianças pretas ou pardas foram vítimas de homicídios em 2022.
O relatório também identificou uma conexão entre as mortes violentas e a evasão escolar e a pobreza. Dois em cada três adolescentes que faleceram de forma violenta estavam fora da escola, e 70% dessas mortes ocorreram entre um e dois anos após a evasão escolar. Além disso, 88% das vítimas estavam cadastradas em programas sociais do governo federal, indicando que viviam em condições de pobreza.
Diante desses dados alarmantes, especialistas ressaltaram a necessidade de investir em educação, saúde e assistência social para prevenir a violência letal contra crianças e adolescentes. É fundamental compreender os contextos de vulnerabilidade e exposição ao risco para garantir a proteção desses jovens e evitar que mais vidas sejam perdidas para a violência.