BRASIL – Inflação dos alimentos preocupa ministro da Fazenda, mas aumento de juros não é solução, revela entrevista nesta quarta-feira.

A inflação dos alimentos, causada pelo prolongamento da seca, se tornou uma preocupação para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em declaração nesta quarta-feira (11), o ministro expressou sua inquietação em relação aos efeitos do clima sobre os preços dos alimentos e energia, ressaltando que a inflação decorrente desse fenômeno não pode ser resolvida simplesmente com o aumento dos juros pelo Banco Central.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central será crucial para definir a Taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano. Há expectativas de que a taxa seja elevada em 0,25 durante a reunião dos dias 17 e 18, podendo encerrar o ano em 11,25% ao ano. Esse possível aumento visa conter as pressões inflacionárias decorrentes da alta do dólar e do aquecimento do mercado de trabalho.

Mesmo diante desse cenário, Haddad destacou que o Banco Central está avaliando de forma técnica a situação, visando tomar a melhor decisão possível. A primeira reunião do Copom após a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central no próximo ano também será acompanhada de perto.

Em relação ao crescimento econômico, o ministro afirmou que o Ministério da Fazenda deve revisar para acima de 3% a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. O avanço de 1,4% no segundo trimestre em comparação com o trimestre anterior, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2023, superaram as expectativas do mercado.

Diante desse contexto, as decisões do Copom e as projeções para o PIB são cruciais para garantir a estabilidade e o crescimento da economia brasileira em meio aos desafios inflacionários e climáticos enfrentados atualmente.

Botão Voltar ao topo