BRASIL – Projeto de lei que concede anistia aos condenados por atos golpistas não entra em pauta da CCJ e gera polêmica

Na última quarta-feira (11), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados não incluiu na pauta de votação o projeto de lei que visa conceder anistia aos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. A presidente da CCJ, deputada federal Caroline de Toni (PL/SC), havia prometido incluir o projeto, porém, devido ao início da sessão do Plenário da Câmara, a análise foi suspensa.

Essa decisão revoltou os parlamentares favoráveis à anistia, uma vez que a estratégia era incluir o PL como extrapauta, o que exigiria o voto da maioria absoluta da comissão. No entanto, isso não ocorreu e a pauta voltará à Comissão em outubro, segundo a presidente Caroline de Toni.

O relator da matéria, deputado Rodrigo Valadares (União/SE), também lamentou a situação, alegando obstáculos políticos e retaliações por parte do governo e da esquerda. Além disso, deputados favoráveis ao projeto condicionaram o apoio a qualquer candidato à Presidência da Câmara em 2025 ao compromisso com a anistia.

O dia 8 de janeiro de 2023 ficou marcado pela invasão das sedes dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, pedindo um golpe militar no Brasil. Algumas pessoas envolvidas nos protestos foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Enquanto o projeto de anistia é adiado, a CCJ passou a discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8, que visa limitar as decisões monocráticas dos ministros do STF. Um acordo entre governo e oposição determinou que a discussão seja encerrada nesta quarta-feira e a votação da PEC 8 seja adiada para outra sessão.

Essa PEC faz parte de um conjunto de projetos que visam limitar a ação do STF e começaram a tramitar na CCJ recentemente. A falta de consenso sobre a anistia aos condenados nos atos golpistas de janeiro de 2023 mostra a complexidade e a sensibilidade do tema no cenário político atual. A expectativa é que as discussões sobre o assunto continuem gerando debates acalorados entre os parlamentares.

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