O caso em análise teve início em agosto do ano passado no plenário virtual do STF, onde inicialmente foi registrada uma maioria de votos favoráveis à prisão imediata. No entanto, o julgamento foi suspenso e transferido para o plenário físico para o prosseguimento das discussões.
Na sessão desta quarta-feira, o relator do processo, ministro Luís Roberto Barroso, reafirmou seu voto a favor da prisão imediata. Ele argumentou que a atual situação, na qual condenados por homicídio podem recorrer em liberdade, viola os princípios de justiça e a credibilidade do sistema judiciário. Barroso destacou a importância de se evitar a procrastinação do trânsito em julgado, que muitas vezes leva à prescrição da pena ou a um cumprimento tardio da mesma.
Por outro lado, o ministro Gilmar Mendes divergiu e argumentou que a execução antecipada da pena fere a presunção de inocência dos acusados. Para ele, a prisão de um condenado pelo júri deveria ser decretada de forma preventiva e não para o cumprimento imediato da pena.
A decisão final do STF no caso vai impactar diretamente a vida de muitos condenados, como no exemplo de um homem sentenciado a 26 anos por feminicídio. O acusado matou a ex-companheira e foi condenado a cumprir a pena imediatamente, mas a defesa recorreu da decisão.
Os demais ministros devem proferir seus votos na sessão desta quinta-feira (12), e a sociedade aguarda com expectativa o desfecho desse julgamento que pode mudar a forma como as penas são cumpridas no país.