CPF do ministro Alexandre de Moraes consultado de forma irregular por servidores públicos de quatro estados, aponta investigação da Polícia Federal.

Recentes investigações conduzidas pela Polícia Federal revelaram que, apenas nos primeiros três meses deste ano, o Cadastro de Pessoa Física (CPF) do ministro Alexandre de Moraes foi consultado no sistema do Infoseg por sete vezes, por logins vinculados a servidores públicos lotados em quatro estados brasileiros: São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Alagoas.

Destaca-se o caso de um soldado da Polícia Militar de Alagoas, que está sob investigação por ter realizado uma consulta aos dados pessoais do ministro no dia 24 de março de 2024, acessando informações sigilosas do Infoseg. O Infoseg consiste em uma rede nacional que centraliza dados dos órgãos de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização do país, sendo acessível apenas a agentes públicos autorizados.

O ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão da plataforma X no Brasil com base em uma investigação sobre vazamentos de dados pessoais de delegados da Polícia Federal, do próprio magistrado e de um empresário, em um suposto plano para expor esses agentes na internet. Os dados apontam que informações sigilosas continuam sendo buscadas, mesmo após operações autorizadas pelo ministro para desmantelar um grupo envolvido em ações ilegais.

A lista de usuários que acessaram o sistema de maneira irregular inclui servidores de diversas instituições e estados, como tribunal do trabalho, policiais rodoviários de diferentes regiões, integrantes de guarda municipal, agentes da Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, entre outros.

As investigações apontam casos de acesso irregular a dados sigilosos, incluindo consultas em massa realizadas por meio de VPN. Por exemplo, um juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo fez mais de 4 mil consultas em um único dia. Além disso, foram identificados casos antigos de acessos indevidos, como o de um policial militar de Goiás que realizou quase 18 mil consultas em agosto de 2021.

A Polícia Federal iniciou as investigações em março deste ano, após identificar perfis em redes sociais envolvidos em um projeto chamado Exposed, que visava expor policiais federais. Allan do Santos, um blogueiro foragido, estava entre os promotores dessa iniciativa, que envolveu a busca ilegal de informações pessoais de Moraes, uma delegada da PF e um empresário.

A auditoria realizada no Infoseg permitiu identificar os agentes públicos responsáveis pelas consultas indevidas, bem como o uso de VPN e possíveis robôs para acessar os dados sigilosos. A falta de cooperação de algumas instituições em atender às ordens do ministro Moraes para bloquear determinadas contas na plataforma X demonstra a complexidade e gravidade das situações investigadas.

Esses acontecimentos reforçam a importância de preservar a segurança e a privacidade dos dados pessoais, bem como a necessidade de investigar e punir indivíduos que abusem de seus acessos privilegiados a sistemas confidenciais. A Polícia Federal segue empenhada em esclarecer e coibir tais práticas, visando garantir a integridade das investigações e a proteção dos cidadãos e autoridades envolvidas.

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