De acordo com o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey, que concedeu uma entrevista coletiva em Brasília, os temas que devem estar presentes no discurso de Lula incluem inclusão, combate à fome, transição energética e reforma da governança global. Esses temas seguem a agenda proposta pelo Brasil para o G20 e refletem os compromissos do país em relação a questões urgentes e globais.
A Assembleia Geral da ONU deste ano terá como tema “Unidade na diversidade para a promoção da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para todos, em toda parte”. Lula falará após os discursos do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente da Assembleia Geral.
Além disso, o presidente brasileiro participará de outros eventos, como a abertura da Cúpula do Futuro, onde discutirá formas de enfrentar crises de segurança emergentes e acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nesse contexto, será negociado o Pacto para o Futuro, documento que reforçará a cooperação global e estabelecerá compromissos para enfrentar os desafios atuais e futuros.
Lula também presidirá uma mesa redonda sobre democracia e extremismos, ao lado do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo é discutir formas de avançar os princípios democráticos e proteger as instituições para garantir eleições livres e o estado de direito.
Adianta-se que o presidente abordará a necessidade de reforma da governança global no âmbito das Nações Unidas até 2030, e discutirá a arquitetura financeira e organização de alto comércio durante uma reunião ministerial de chanceleres do G20. A Aliança Global Contra a Fome e à Pobreza, lançada pelo Brasil em julho, também será apresentada.
Em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil, juntamente com a China, divulgará uma proposta construída em conjunto e direcionada a países interessados em cooperar. O presidente Lula terá ainda encontros bilaterais com outros países membros das Nações Unidas e participará de reuniões de grupos dos quais o Brasil faz parte, como o Brics e o G77.
Embora a agenda de Lula ainda esteja em aberto, sua passagem por Nova York promete ser marcada por discussões importantes sobre temas globais e estratégias de cooperação internacional. Vamos acompanhar de perto os desdobramentos desses encontros e discursos que marcarão a participação do ex-presidente do Brasil na Assembleia Geral da ONU.