BRASIL – Estudantes da Uerj são retirados de prédio após 56 dias de ocupação e confronto com a polícia, reitoria lamenta intransigência.

Na tarde desta sexta-feira (20), os estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram retirados do Pavilhão João Lyra Filho, principal prédio do Campus Maracanã, após 56 dias de ocupação. A ação foi realizada pela Polícia Militar, com autorização judicial, devido ao descumprimento do prazo dado pela Justiça para que os estudantes deixassem o edifício.

O momento da desocupação foi marcado por confrontos, com policiais utilizando bombas de efeito moral e estudantes revidando com pedras. Alguns estudantes e o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foram detidos durante a operação.

Em nota, a reitoria da Uerj confirmou que a desocupação foi concluída e a reintegração de posse dos espaços da universidade foi assinada. A reitoria lamentou a intransigência de alguns grupos de estudantes, apesar dos esforços de negociação realizados previamente.

Por meio das redes sociais, os estudantes demonstraram indignação com a ação da reitoria, acusando-a de autoritarismo e de ordenar a retirada de “estudantes pobres” de dentro da universidade. O PSOL também se pronunciou sobre a prisão arbitrária do deputado Glauber Braga, prometendo adotar medidas legais contra o Estado do Rio de Janeiro.

A ocupação dos estudantes da Uerj teve como objetivo protestar contra mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. As novas normas estabelecidas pela universidade excluem mais de mil estudantes, limitando o acesso a benefícios como auxílio alimentação e bolsa de apoio a vulnerabilidade social.

Durante a ocupação, houve conflitos entre os estudantes e a universidade, que resultaram em falta de diálogo e espaço para negociações. A Uerj estabeleceu medidas de transição, como o pagamento de auxílios aos estudantes afetados pelas novas regras, que valerão até dezembro.

Após a judicialização do caso e uma audiência de conciliação sem acordo, uma nova audiência especial foi agendada para buscar uma solução para os valores das bolsas de estudo e dos auxílios. O direito à reivindicação dos estudantes foi preservado, com a ressalva de que devem exercer tal direito em horários específicos e sem prejudicar o funcionamento da universidade.

A situação na Uerj reflete a tensão existente entre os estudantes e a administração da universidade, revelando a importância do diálogo e da busca por soluções que atendam às necessidades de ambas as partes. A expectativa agora é de que as negociações avancem e que um acordo satisfatório seja alcançado para pôr fim aos conflitos na instituição.

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