O Capitão Lisboa foi responsabilizado por crimes de tortura, execução e desaparecimento forçado durante seu período de atuação no órgão, que ocorreu de abril a outubro de 1971, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade. Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade em 2013, o policial negou veementemente as acusações e nunca foi responsabilizado pelos atos de violência que cometeu.
Entre as acusações que pesavam contra o delegado aposentado, estão as mortes de Aylton Adalberto Mortati e Joaquim Alencar de Seixas, além da tortura do filho de Seixas, Ivan, na época com apenas 16 anos, e de mais três membros da família do militante. Mesmo após a ditadura, em 1981, Araújo chegou a receber a Medalha do Pacificador do Exército e em 2012, como empresário da área de segurança privada, a sede de sua empresa em São Paulo foi alvo de protestos por parte do Levante Popular da Juventude.
A retomada dos trabalhos da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, dois meses após ser reinstalada em cerimônia promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, reforça a importância de reconhecer e reparar os danos causados durante o período militar. Instituída em 1995, a comissão já analisou cerca de 300 casos de abusos e violências, reconhecendo mortes e promovendo o pagamento de indenizações às famílias das vítimas, reafirmando o compromisso com a verdade e a justiça histórica.