Foi nesse período que Gilda conheceu Vicente Celestino, que se tornaria não só seu parceiro de vida, mas também de arte. A união com Celestino se deu de forma emblemática, com um casamento realizado no palco após uma apresentação da opereta “A Canção Brasileira”. Esse momento singular não passou despercebido pela imprensa da época, gerando grande repercussão entre os fãs e admiradores do casal.
Adentrando os anos 40, Gilda de Abreu encontrou uma nova forma de expressão artística: as radionovelas. Foi como escritora para a Rádio Nacional que ela se destacou, criando obras que marcaram época, como “Mestiça”, “A Cigana” e “Pinguinho de Gente”. Sua habilidade para contar histórias e envolver o público fez com que sua presença nas ondas do rádio se tornasse indispensável.
Mas foi no cinema que Gilda de Abreu deixou sua marca mais indelével. Em 1945, ela assumiu a direção do filme “O Ébrio”, que se tornou um grande sucesso de bilheteria. Anos mais tarde, a exibição da versão restaurada desse clássico emocionaria plateias, confirmando o impacto duradouro do trabalho dessa cineasta visionária.
Além de cineasta e escritora, Gilda também foi autora de diversos livros, incluindo uma biografia de Vicente Celestino, seu companheiro de vida e arte. Sua contribuição para a cultura brasileira é inestimável, sendo lembrada como uma pioneira que abriu caminhos para as mulheres na indústria cinematográfica e como uma artista multifacetada que deixou um legado inspirador para as gerações futuras. A memória de Gilda de Abreu continua viva, celebrando sua genialidade e sua paixão pela arte que transcendeu fronteiras e se tornou parte da história do Brasil.