Lula mencionou o Pacto para o Futuro, um documento adotado pelos países para fortalecer a cooperação global, e destacou a dificuldade de aprovação do mesmo como prova do enfraquecimento da capacidade coletiva de negociação e diálogo. Ele ressaltou ainda que, mesmo diante da tragédia da pandemia de covid-19, os líderes não conseguiram se unir em torno de um Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde.
O presidente brasileiro defendeu uma ampla revisão da Carta das Nações Unidas, ressaltando que a atual versão não aborda os desafios mais prementes da humanidade. Ele destacou a necessidade de uma reforma estrutural na governança global, com ênfase na transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para questões de desenvolvimento sustentável e combate às mudanças climáticas.
Lula também pontuou a urgência de reformar o Conselho de Segurança da ONU, garantindo uma representação adequada de países emergentes. Atualmente, o Conselho conta apenas com membros permanentes dos Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, o que exclui a América Latina e a África de assentos permanentes.
O presidente brasileiro enfatizou que a reforma da governança global exigirá um esforço de negociação, mas enfatizou a responsabilidade dos líderes em promover as mudanças necessárias. Lula ainda participou de reuniões bilaterais com autoridades de outros países e coordenou um evento em defesa da democracia, ao lado do presidente espanhol Pedro Sanchez.
O discurso de Lula na ONU reflete os temas prioritários do Brasil no G20, como o combate às desigualdades, ao enfrentamento das mudanças climáticas e à reforma das instituições de governança global. A presidência do bloco que reúne 19 países e duas entidades regionais – União Europeia e União Africana – será exercida pelo Brasil até novembro deste ano.