Segundo dados do Ministério da Saúde, a recusa familiar é um dos maiores obstáculos para a doação de órgãos no Brasil. Apenas 4 em cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar efetivamente realizam a doação. Dentre os motivos citados para a não autorização da doação estão a não aceitação da manipulação do corpo, crenças religiosas, medo da reação dos familiares, desconfiança da assistência médica e falta de compreensão sobre a morte encefálica.
No primeiro semestre deste ano, foram realizados 14.352 transplantes no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. Os órgãos mais doados foram rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão, além de córnea e medula óssea.
Mesmo com o aumento no número de transplantes realizados, mais de 43 mil brasileiros ainda aguardam na lista de espera por um órgão. Por isso, é fundamental que haja um diálogo aberto entre familiares sobre a vontade de ser um doador de órgãos e a importância de salvar vidas através da doação.
A doação de órgãos pode salvar vidas e devolver qualidade de vida às pessoas que necessitam de um transplante. A legislação brasileira exige o consentimento da família para a retirada de órgãos e tecidos para transplante, por isso é essencial comunicar aos parentes sobre a vontade de ser um doador.
Em casos de doação em vida, como a doação de um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea, a compatibilidade sanguínea é primordial. Parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida, enquanto não parentes necessitam de autorização judicial.
A morte encefálica é o diagnóstico que permite a doação de órgãos de uma pessoa falecida, sendo crucial a confirmação do diagnóstico por exames específicos e a autorização da família. Após a doação, o corpo do doador é reconstituído sem deformidades, permitindo inclusive a realização do velório.
Portanto, a conscientização sobre a doação de órgãos e o diálogo familiar são essenciais para aumentar o número de doadores no Brasil e salvar vidas de milhares de pessoas que estão na lista de espera por um transplante.