Os números também mostram que a preocupação com as doenças do coração não se traduz necessariamente em ações de prevenção. Mesmo com o alto índice de preocupação, uma parcela significativa da população paulistana não realiza consultas regulares com cardiologistas. O estudo revela que os níveis de renda impactam diretamente no acesso aos cuidados com o coração, com 56% das pessoas que ganham até um salário mínimo nunca tendo consultado um especialista.
Um dos casos exemplificados na pesquisa é o do aposentado José Carlos Mazzali, de 74 anos, que sofreu dois infartos. Antes dos episódios, ele nunca havia consultado um cardiologista. Atualmente, ele realiza tratamento periódico no Instituto do Coração (Incor) e destaca a importância dos exames e consultas regulares para prevenir problemas mais sérios.
A médica cardiologista Fernanda Weiler ressalta a importância das consultas regulares a partir dos 40 anos, principalmente para aqueles que possuem histórico familiar de problemas cardíacos, colesterol alto ou pressão arterial elevada. Ela alerta para o fato de que as doenças cardiovasculares são silenciosas e muitas vezes só apresentam sintomas em estágios avançados.
A pesquisa foi realizada com 2.030 moradores de São Paulo, com idade a partir dos 16 anos, e revelou a necessidade de conscientização e ações mais efetivas em relação à prevenção de doenças do coração. A falta de tempo e o medo do diagnóstico são alguns dos fatores que impedem as pessoas de procurarem regularmente a ajuda de um cardiologista, o que reforça a importância de campanhas educativas e do fortalecimento dos cuidados com a saúde cardiovascular.