A Secretaria de Estado da Polícia Civil informou que agentes estão trabalhando para identificar os responsáveis por esses atos cruéis contra a fauna local. O biólogo Mário Moscatelli, conhecido por seus projetos ambientais na região, alertou que a prática de caça no sistema lagunar de Jacarepaguá é recorrente, alternando entre períodos de calmaria e intensificação.
Segundo Moscatelli, os animais abatidos acabam ficando agonizando por conta dos ferimentos, o que representa uma situação de extrema crueldade. Além disso, a carne desses animais está contaminada por cianotoxinas produzidas por cianobactérias devido à degradação histórica do ecossistema lagunar, tornando-a imprópria para o consumo humano.
O biólogo enfatizou a importância de combater esses crimes ambientais, destacando que a carne contaminada por toxinas não pode ser purificada por meio de cozimento, fritura ou fervura. Moscatelli ressaltou que essa prática além de lesiva ao meio ambiente, representa um risco à saúde pública.
Além das ações da Polícia Civil, a Polícia Militar Ambiental também está atuando na região, visando coibir essas práticas ilegais e proteger a fauna local. Moscatelli propõe uma gestão permanente e integrada entre os órgãos municipais e estaduais de meio ambiente, visando não só a preservação dos animais, mas também o potencial econômico que eles representam para o turismo ecológico na região.
Com projetos de recuperação da presença de espécies como capivaras e jacarés nas Lagoas de Jacarepaguá, Moscatelli destaca que esses animais são ativos econômicos ambientais essenciais para o desenvolvimento sustentável da região. Ele reforça que é fundamental conscientizar a população sobre o valor desses animais vivos, em vez de mortos para consumo ilegal. A repressão e o monitoramento contínuo são essenciais para garantir a proteção da fauna local e promover o ecoturismo na cidade do Rio de Janeiro.