A Abecs justificou a decisão com base na preocupação do setor de cartões em relação ao superendividamento da população e ao aumento das apostas online no país. A associação destacou que essa prática pode gerar impactos significativos no endividamento e no consumo relacionado ao varejo e ao setor de serviços.
Mesmo ressaltando que o uso de cartão de crédito no segmento de bets é inexpressivo, a Abecs alertou para o uso do Pix como principal forma de pagamento para as apostas. Segundo a entidade, o Pix tem se mostrado um meio de acesso a linhas de crédito, como o cheque especial, e pode ser um vetor importante de endividamento para os jogadores.
Apesar de estimativas variadas, a Abecs apontou que menos de 1% do volume de apostas eletrônicas é pago com cartões de crédito. Por outro lado, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda calculou que essa proporção chega a 5%, enquanto o presidente do Banco Central estima em 10% a 15% a participação dos cartões nas apostas.
Com a antecipação da proibição do pagamento de apostas online por cartão de crédito, será importante observar como os jogadores e as empresas de apostas eletrônicas irão se adaptar a essa nova realidade. O impacto dessa medida no mercado de apostas e no comportamento dos consumidores ainda é incerto, mas é uma tentativa do setor de cartões de evitar o superendividamento da população.