Uma servidora pública da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Penedo viveu uma situação de extrema gravidade e repúdio nesta quarta-feira, 2 de outubro. Gabriela Nunes, em pleno exercício de suas funções, foi perseguida e ameaçada por seguranças armados ligados ao ex-prefeito e atual candidato à prefeitura, Marcius Beltrão. Esse episódio, que escancara o clima de intimidação que permeia a campanha eleitoral, revela não apenas um desrespeito à figura de uma funcionária pública, mas um atentado à democracia e aos direitos fundamentais.
O que deveria ser mais um dia comum de trabalho para a servidora, se transformou em um pesadelo que envolveu uma perseguição com carros, colisões e ameaças explícitas. O episódio teve início no bairro Santo Antônio, quando o veículo em que Gabriela estava foi cercado por um Gol branco e um Ônix, cujos ocupantes passaram a intimidá-la de forma assustadora. Mesmo sob ameaça, a servidora e sua equipe continuaram com a entrega de itens básicos dos programas assistenciais do Governo Federal, apenas para serem seguidos até outros bairros da cidade, culminando em uma colisão nas proximidades da UPA de Penedo.
A questão que salta aos olhos é: como é possível que, em pleno 2024, uma servidora seja alvo de ameaças por exercer suas funções? O trabalho de assistência social deveria ser respeitado como um direito essencial, e não usado como moeda de troca em disputas de poder. A perseguição violenta de Gabriela Nunes, classificada por ela como “covarde” e um “total desrespeito”, é um símbolo sombrio do tipo de práticas políticas que ainda dominam certos setores.
Não é possível tolerar esse tipo de atitude, principalmente em um cenário onde a eleição deveria ser decidida com propostas e pela via democrática. As ameaças enfrentadas por Gabriela, feitas por homens armados, são uma demonstração clara do uso da violência como ferramenta de intimidação política. O que deveria ser combatido por todos os lados é o que, ironicamente, foi protagonizado pela campanha de um candidato.
A Coligação “Pra Penedo Continuar Acelerando” repudiou o incidente, mas esse tipo de repúdio não pode ser apenas uma formalidade. Medidas concretas devem ser tomadas pelas autoridades, e um Boletim de Ocorrência será registrado nesta quinta-feira, 3 de outubro, para que os responsáveis sejam punidos. No entanto, é preciso questionar: será que as ações judiciais e policiais serão suficientes para garantir que as eleições em Penedo se desenrolem sem mais incidentes de intimidação? Ou será que estamos diante de uma eleição já manchada pela violência e pela falta de ética?