De acordo com as informações obtidas durante as investigações, os médicos do HCAL estariam operando duas escalas de plantões, uma oficial divulgada no site da secretaria estadual de saúde e outra paralela, não publicada. Essa prática resultava em cada médico precisar cumprir, em média, 24 plantões de 12 horas por mês, totalizando um ganho de cerca de R$ 24 mil reais, incluindo plantões que não eram realizados.
Durante a operação, foram observados indícios de que os profissionais, mesmo recebendo os valores correspondentes, não estavam cumprindo os plantões conforme escalados, realizando outras atividades, como viagens ao exterior. Como resultado, mais de R$ 3 milhões foram pagos indevidamente por plantões não realizados, levando à bloqueio judicial de bens dos investigados.
A Justiça determinou o afastamento cautelar de dois servidores envolvidos no esquema. Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, falsificação ideológica de documento público e organização criminosa, podendo enfrentar penas de até 25 anos de reclusão, além do pagamento de multa e perda do cargo público em caso de condenação.
Durante as buscas realizadas, foram apreendidos veículos e valores em dinheiro, somando um total de R$ 3 milhões em bens bloqueados judicialmente. Nas residências dos investigados, foram encontrados R$ 75 mil em espécie e €4 mil euros, que também foram apreendidos. A investigação continua em andamento para apurar todos os detalhes do esquema fraudulento no HCAL e responsabilizar os envolvidos conforme a lei.