Na madrugada desta quinta-feira, 3 de outubro, um episódio alarmante sacudiu Lagoa da Canoa (AL), expondo mais uma vez o comportamento abusivo de figuras que se consideram acima da lei. A prefeita Tainá Veiga utilizou suas redes sociais para denunciar que uma assessora sua foi brutalmente agredida por um coronel aposentado da Polícia Militar. O tenente-coronel em questão é Ozelito Martins da Rocha, velho conhecido na região por suas atitudes intimidatórias, e assessor do candidato Jairzinho Lira, da oposição. O caso não poderia ser mais emblemático do que a corrosão do sistema democrático local, refém de práticas coronelistas que insistem em sobreviver.
A advogada Alice Rikelly da Silva Teles, que compõe a coligação “Para Frente Canoa”, foi violentamente agredida física e verbalmente por Ozelito, um episódio que deveria ter sido imediatamente interrompido pela Polícia Militar presente. No entanto, os PMs, em um ato de conivência ou medo, simplesmente cruzaram os braços, ignorando completamente a agressão diante deles. Mais chocante ainda foi o argumento de que, por ser um oficial da PM, Ozelito só poderia ser conduzido por um superior hierárquico, como se a farda conferisse algum tipo de imunidade legal.
A agressão ocorreu em plena via pública e foi registrada em vídeo. O tenente-coronel, que também estava armado, teria ameaçado dois rapazes, exigindo que entregassem seus celulares e fornecessem as senhas de desbloqueio. Ao ser confrontado pela advogada Alice, em vez de tentar resolver o conflito, Ozelito partiu para a violência, proferindo insultos e lançando ataques físicos contra a advogada, que posteriormente precisou realizar exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca.
Esse incidente é mais do que um ato isolado de violência; é o reflexo de uma cultura de impunidade que permite que figuras como o tenente-coronel Ozelito e seu aliado político, Jairzinho Lira, ajam com total desrespeito pela lei e pelas normas básicas de convivência. A população de Lagoa da Canoa está revoltada, mas até quando as instituições permitirão que esses caciques da velha guarda mantenham seus domínios pela força e pela intimidação? A passividade da PM no caso é um alerta claro de que algo está profundamente errado na gestão da segurança pública, quando a hierarquia militar se sobrepõe ao senso de justiça.
A denúncia feita pela prefeita Tainá Veiga aponta para um padrão de perseguição política disfarçada de ações intimidatórias. É difícil não ver esse ataque como uma tentativa de silenciamento e intimidação das forças que se opõem ao domínio da velha política. Jairzinho Lira, ao associar-se com figuras como Ozelito, mostra que seu projeto de poder passa longe da renovação e da democracia, e se ancora em práticas que mancham ainda mais o cenário político local.