BRASIL – Trabalhadores do IBGE protestam contra criação do IBGE+ em paralisação de 24 horas no Rio de Janeiro

Nesta terça-feira (15), os trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram uma paralisação de 24 horas em protesto contra diversas decisões tomadas pela presidência do órgão, representada pelo economista Marcio Pochmann. O principal motivo de insatisfação da categoria é a criação da fundação pública de direito privado IBGE+, que teria a capacidade de comercializar pesquisas para o mercado.

O diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, Bruno Perez, ressaltou que a nova fundação representa um risco para a autonomia da instituição e para a confiabilidade das pesquisas. Segundo ele, a criação da fundação ocorreu de maneira sigilosa, sem consulta prévia aos funcionários do instituto, e representa um processo de privatização. Perez enfatizou que a estabilidade dos funcionários estatutários do IBGE é fundamental para a produção de dados confiáveis, que muitas vezes confrontam interesses políticos.

Além da criação do IBGE+, os trabalhadores também protestam contra a possível transferência da unidade do IBGE localizada na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro, para o prédio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), na região do Horto. Essas decisões, consideradas autoritárias pelo sindicato, são atribuídas ao presidente Marcio Pochmann, que, segundo os trabalhadores, tem evitado o diálogo com a categoria e com outros membros da diretoria.

Caso não haja abertura para negociações, os trabalhadores cogitam uma greve de mais dias, a ser discutida em uma assembleia na próxima semana. A direção do IBGE, por sua vez, comunicou que não foi oficialmente informada sobre a paralisação e que soube do ato apenas pela imprensa. A resposta do IBGE às críticas em relação ao IBGE+ ressaltou a necessidade de reorganização das relações público-privadas no Instituto devido às limitações orçamentárias enfrentadas atualmente.

Diante desse cenário de tensão entre os trabalhadores e a direção do IBGE, o futuro das atividades do órgão e a continuidade da produção de estatísticas confiáveis no Brasil permanecem incertos.

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