BRASIL – Conselheiro do TCE-RJ chora em depoimento sobre assassinato de Marielle Franco e nega envolvimento com mandantes do crime.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, foi um dos destaques desta terça-feira (22) no Supremo Tribunal Federal (STF), onde prestou depoimento como réu na ação penal que trata do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018, no Rio de Janeiro.

Domingos Brazão, que está atualmente preso na penitenciária federal em Porto Velho, foi apontado nas investigações, juntamente com seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), como mandante do assassinato. Essas acusações têm como base a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que é réu confesso de ter realizado os disparos que resultaram na morte da vereadora.

Durante seu depoimento, Domingos Brazão emocionou a todos ao falar dos seus filhos e negou conhecer Ronnie Lessa pessoalmente, assim como o seu irmão Chiquinho. Ao ser questionado pelo juiz Airton Vieira sobre o motivo pelo qual um desconhecido o incriminaria, o conselheiro afirmou que Lessa teria se sentido encurralado e teria utilizado a oportunidade da delação para obter benefícios.

Ainda durante o depoimento, Domingos Brazão salientou que a acusação contra seu irmão tinha como objetivo levar o caso para o STF, sendo que a homologação da delação ocorreu rapidamente após essa acusação. Sobre Marielle, o conselheiro garantiu que não a conhecia e nunca havia estado com ela ou com Anderson.

Além dos irmãos Brazão, outros réus no caso do assassinato de Marielle são o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem por homicídio e organização criminosa, estando atualmente presos por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a investigação da Polícia Federal, o assassinato de Marielle está ligado ao posicionamento contrário da vereadora aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão. Esse grupo político possui ligações com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro.

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