De acordo com o Bird, aproximadamente 341 mil mortes no Brasil são atribuídas anualmente ao consumo desses produtos, o que representa cerca de 20% do total de óbitos no país. Esses produtos são os principais responsáveis por doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e enfermidades pulmonares crônicas.
A implementação de impostos especiais sobre esses produtos nocivos é uma estratégia comprovada para reduzir seu consumo. O Brasil possui preços relativamente baixos para produtos derivados do tabaco e bebidas alcoólicas açucaradas, tornando-os acessíveis à população e contribuindo para as altas taxas de consumo.
Famílias de baixa renda são as mais beneficiadas por essa política, uma vez que são mais sensíveis às variações de preços. A redução do consumo desses produtos pode levar a uma significativa diminuição de mortes e doenças evitáveis, ao mesmo tempo em que aumenta a arrecadação fiscal. O Banco Mundial ressalta que o Brasil tem uma valiosa oportunidade de melhorar a saúde pública e os resultados econômicos por meio de uma tributação estratégica.
A reforma tributária em curso no Brasil, possibilitada pela Emenda Constitucional 132, abre caminho para a implementação de impostos de saúde bem planejados. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado já aprovou um plano de trabalho para o projeto de lei que regulamenta a reforma tributária, destacando a importância e urgência desse debate para o país.