Para o chanceler brasileiro, a postura adotada por parte dos países mais desenvolvidos tem sido decepcionante, se não conivente, com as atrocidades que têm ocorrido em Gaza. Ele ressaltou o papel positivo dos países do Sul Global, que votaram a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU pedindo a cessação das hostilidades na região.
Nesse contexto, Vieira destacou a importância de construir um mundo mais equânime e justo, reconhecendo a atuação histórica do Brics nesse sentido. Segundo ele, o bloco tem muito a agradecer ao G77 e ao Movimento Não-Alinhado, que lutaram por uma Nova Ordem Econômica Internacional.
Além disso, o ministro abordou temas como o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba, que já dura mais de seis décadas, e a guerra na Ucrânia. Ele ressaltou a formação do grupo Amigos da Paz, iniciativa do Brasil e China, para buscar uma solução duradoura para o conflito ucraniano.
Outro ponto relevante do discurso foi a necessidade de reformas na ONU, uma demanda antiga do Brics. Vieira revelou que o Brasil avalia apresentar uma convocação para revisar a carta da ONU, enfatizando a importância do respeito ao direito internacional e ao papel central das Nações Unidas no sistema internacional.
Dessa forma, a intervenção de Mauro Vieira na cúpula do Brics trouxe à tona questões cruciais para a política internacional, reforçando a importância do diálogo, da cooperação e do respeito aos direitos humanos e ao direito internacional em um cenário global cada vez mais complexo e desafiador.