De acordo com os resultados do estudo, mais da metade das sub-bacias analisadas apresentam um “risco extremamente alto” de contaminação por mercúrio. Essa projeção foi feita com base em um modelo de probabilidade desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, utilizando dados do “Observatório do Mercúrio” referentes às bacias dos rios Tapajós, Xingu, Mucajaí e Uraricoera.
As concentrações de mercúrio tendem a aumentar ao longo do curso dos rios, se acumulando na cadeia alimentar e afetando especialmente os peixes consumidos pela população local. Vitor Domingues, analista ambiental responsável pelo estudo da WWF, destacou a escassez de dados amostrais como um dos principais desafios enfrentados, ressaltando a importância da projeção de dados para compreender a extensão do problema.
Diante desse cenário preocupante, o estudo sugere a implementação de um monitoramento mais eficaz e adaptado às características de cada sub-região, bem como a criação de um sistema de informações para apoiar as ações governamentais de combate à contaminação por mercúrio na região amazônica.
Essas recomendações são fundamentais para garantir a preservação ambiental e a saúde das comunidades indígenas que dependem dos recursos naturais da região. A atuação conjunta de entidades ambientais, governamentais e da sociedade civil se mostra essencial para enfrentar os desafios decorrentes da atividade ilegal de garimpo e da contaminação por mercúrio na Amazônia.