BRASIL – Pesquisa do Sinesp aponta que bem-estar dos profissionais da educação é central no cenário educacional de São Paulo.

Um estudo realizado pelo Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que a saúde e bem-estar dos profissionais da educação estão no centro das preocupações do setor. De acordo com o Sinesp, a média do índice de insatisfação dos profissionais da educação na capital paulista foi de 0,42 em uma escala que varia de 0 a 1, sendo 0 a pior nota e 1 a melhor.

O indicador saúde foi o pior avaliado, com um índice de 0,20 em comparação com os demais. A precarização do trabalho nas escolas, a falta de profissionais na rede municipal de educação, o excesso de trabalho, a burocratização e a falta de suporte para o trabalho pedagógico foram apontados como os principais causadores do agravamento das condições de saúde dos profissionais entrevistados.

A pesquisa revelou que apenas 15% dos profissionais não precisaram trabalhar doentes este ano e que a maioria relatou sentimentos negativos relacionados ao trabalho, como desespero, ansiedade, depressão e angústia. Os diagnósticos mais comuns foram estresse/tensão, ansiedade/pânico e distúrbios do sono/insônia. Além disso, a fadiga e cansaço extremo foram problemas enfrentados por 93% dos entrevistados.

A presidente do Sinesp, Norma Lúcia Andrade, ressaltou a preocupação com a saúde dos profissionais da educação diante da carga excessiva de trabalho e da falta de apoio adequado da Secretaria Municipal de Educação. Ela destacou a deficiência na gestão de pessoas, com falta de capacitação e políticas de suporte, refletindo diretamente na qualidade do ensino e no bem-estar dos gestores e educadores.

O Índice Sinesp da Educação Municipal (Isem) avaliou a gestão de pessoas, o apoio técnico da Secretaria Municipal de Educação, a capacitação, o ambiente físico, a saúde e a violência. As edições da pesquisa são entregues à Secretaria Municipal de Educação, às diretorias regionais de Educação e aos vereadores para embasar ações e políticas educacionais futuras na cidade.

O estudo contou com a participação de 1.535 profissionais da educação, que apontaram o índice da Gestão de Pessoas como abaixo do esperado, devido à falta de professores, apoio administrativo e pedagógico. Os desafios incluem a insuficiência de módulos de pessoas para atender às necessidades das escolas e a falta de segurança, apontada por 73% dos entrevistados como o principal problema no entorno das escolas. A pesquisa também revelou que metade dos profissionais consideram o ambiente de trabalho inseguro, sendo o entorno o principal fator de preocupação.

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