O governo bolivariano acusa o Brasil de vetar sua entrada no grupo dos Brics durante a cúpula da organização realizada em Kazan, na Rússia. As tensões se intensificaram ainda mais com as declarações de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, que afirmou que o ministro das Relações Exteriores do Brasil durante a gestão de Lula, Mauro Vieira, teria prometido que não vetaria a entrada do país no grupo, mas a decisão foi tomada por consenso entre os países fundadores.
Além disso, o presidente venezuelano dirigiu duras críticas ao Itamaraty, acusando a pasta de ter vínculos com o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Maduro também apontou o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, como responsável pelo suposto veto à Venezuela. Essa série de acontecimentos tem gerado um clima de animosidade entre os dois países, com trocas de acusações e declarações polêmicas.
Diante desse cenário, a chancelaria brasileira reiterou a importância do diálogo franco e do respeito mútuo nas relações internacionais, salientando o compromisso do Brasil com a não intervenção nos assuntos de outros países. A nota oficial do Itamaraty ressaltou ainda o interesse do governo brasileiro no acompanhamento do processo eleitoral venezuelano, tendo em vista sua participação como testemunha nos Acordos de Barbados. A expectativa é que ambas as partes busquem soluções diplomáticas para resolver as divergências e restabelecer a cordialidade nas relações bilaterais.