A pesquisa intitulada “Comércio Exterior e Representatividade Racial no Mercado de Trabalho Brasileiro” também revelou que, nos cargos de direção e gerência, a presença de trabalhadores negros ainda é minoritária. Nas empresas exportadoras, apenas cerca de 20% das vagas de liderança são ocupadas por negros, enquanto nas importadoras esse número não passa de 34%. Comparativamente, em empresas que não atuam no comércio exterior, a proporção de trabalhadores negros em cargos de direção é de 23,6% e em cargos de gerência chega a 34,5%.
O estudo também apontou uma grande discrepância salarial entre trabalhadores negros e brancos no setor de comércio exterior. Em média, um trabalhador negro recebe 61% do salário de um empregado branco que ocupa o mesmo cargo. Além disso, as mulheres negras também enfrentam desigualdades salariais em relação aos homens brancos e brancas, mesmo ocupando cargos de liderança.
Diante desses dados alarmantes, o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lançaram o programa federal Raízes Comex, com o objetivo de incentivar a contratação de mais trabalhadores negros pelas empresas importadoras e exportadoras. O programa busca ampliar a visibilidade internacional dos produtos brasileiros oferecidos por empreendedores negros e promover a diversidade racial no comércio exterior. Além disso, foram anunciadas iniciativas como o Prêmio de Inclusão e Diversidade Racial no Comércio Exterior e a oferta de cursos de capacitação para jovens negros interessados em atuar nesse setor.
Ações como essas são fundamentais para combater a desigualdade e promover a inclusão no mercado de trabalho, garantindo oportunidades iguais para todos os profissionais, independentemente de sua raça ou gênero. A conscientização e a implementação de políticas públicas eficazes são essenciais para construir um ambiente de trabalho mais diverso e justo.