A recomendação, expedida pelos promotores Moacir Tonani Júnior, da Habitação e Urbanismo, e Carlos Henrique Prestes Camargo, do Meio Ambiente, aponta a necessidade de novos estudos para avaliar os impactos socioambientais e urbanísticos da intervenção. A rua Sena Madureira é uma importante via de ligação na região, conectando a vila Mariana ao Parque Ibirapuera e à Marginal Pinheiros.
O Ministério Público justificou sua posição destacando o alto custo da obra para os cofres públicos, a remoção de árvores e áreas de preservação permanente, e os possíveis danos à biodiversidade local. Segundo a Secretaria de Mobilidade e Trânsito da capital, a obra está em conformidade com as questões ambientais, contando com autorização da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
A Prefeitura de São Paulo, por outro lado, afirma possuir todas as licenças necessárias para a realização da obra, que beneficiará aproximadamente 800 mil pessoas. No entanto, a falta de consulta pública e de diálogo com a comunidade tem gerado críticas e protestos por parte dos moradores e ativistas.
O coletivo “Salvem a Sena Madureira” tem se mobilizado nas redes sociais para denunciar os impactos da obra, como a remoção de duas comunidades de baixa renda e a destruição de áreas verdes importantes para a região. Manifestações têm ocorrido desde o início das obras, sendo que recentemente uma jovem foi ferida durante um protesto, o que gerou mais polêmica em torno do caso.
Diante da resistência e das preocupações levantadas, permanece a incerteza sobre o futuro das famílias afetadas pelas obras do Complexo Viário. O caso continua gerando debate e mobilizações na cidade, enquanto autoridades e movimentos sociais buscam soluções para conciliar os interesses públicos e ambientais envolvidos no projeto.