Marçal prestou depoimento por aproximadamente três horas na Superintendência Regional da PF, localizada na zona oeste de São Paulo, no mesmo dia do seu indiciamento. Durante o depoimento, o candidato negou qualquer envolvimento no caso e afirmou que o suposto documento falso foi postado por sua equipe.
O laudo falso em questão foi divulgado por Marçal em suas redes sociais na véspera do primeiro turno das eleições, em 4 de outubro. O documento, que indicava o uso de cocaína pelo adversário Guilherme Boulos, do PSol, foi analisado pela Polícia Técnico-Científica de São Paulo, que confirmou a falsidade do mesmo.
De acordo com os peritos responsáveis pela análise, a assinatura presente no laudo falso não apresentava as mesmas características gráficas dos exemplares reais assinados pelo médico ‘José Roberto de Souza’, cujo nome constava no documento. Foram identificadas divergências tanto na qualidade do traçado quanto nos elementos genéricos da assinatura.
Diante dessa situação, Boulos registrou um boletim de ocorrência no 89º Distrito Policial, localizado na zona sul de São Paulo, e a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso. A defesa de Marçal alegou, em manifestação protocolada no TRE-SP, que a divulgação do laudo falso se tratou apenas de uma “livre manifestação do pensamento” e não interferiu na integridade do processo eleitoral.
Por fim, cabe à justiça eleitoral analisar as provas e decidir sobre as consequências desse episódio para o candidato indiciado e para a lisura das eleições municipais em São Paulo.