Atualmente, a Selic se encontra em 11,25%, após um aumento de 0,50 ponto percentual na última reunião realizada nos dias 5 e 6 de novembro. Com essa decisão, a taxa básica de juros voltou ao mesmo patamar de janeiro deste ano, consolidando um ciclo de contração na política monetária.
A decisão de aumentar a Selic foi alvo de críticas por parte de entidades como a Associação Paulista de Supermercados (Apas) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que argumentaram que a taxa básica de juros de equilíbrio deveria ser de 8,4% ao ano. As centrais sindicais também se pronunciaram contra a elevação da taxa.
Para justificar o aumento na Selic, o Copom mencionou que o cenário de curto prazo para a inflação se mostra desafiador, sobretudo no que diz respeito à inflação de serviços, que continua acima do nível compatível com o cumprimento da meta. Além disso, fatores como a estiagem ao longo do ano e a pressão dos preços e margens de bens industrializados devido ao movimento recente do câmbio contribuíram para essas decisões.
O Copom reforçou a importância do ajuste dos gastos públicos e afirmou que passará a incorporar em seus cenários uma desaceleração no ritmo de crescimento desses gastos ao longo do tempo. O comitê também destacou a necessidade de uma política fiscal crível e transparente, que demonstre compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos, a fim de ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de riscos dos ativos financeiros.
Diante desse cenário, o Copom defendeu uma política monetária e fiscal contracíclica, com menor estímulo para a atividade econômica, visando assegurar a estabilidade de preços e promover o crescimento econômico no médio prazo. Além disso, o comitê ressaltou a conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito às famílias como indicadores de suporte ao consumo e à demanda agregada.