Com a adesão de 134 deputados à proposta, que precisa de 171 assinaturas para começar a tramitar na Câmara, e a necessidade de 308 votos para ser aprovada em dois turnos de votação, o cenário político em relação à jornada de trabalho no país está em constante evolução. A autoria da PEC é da deputada Erika Hilton (PSOL/RJ), que se baseou no movimento VAT e em uma petição online que já conta com mais de 2,3 milhões de assinaturas a favor do fim da escala 6×1.
Segundo Erika Hilton, a escala 6×1 retira dos trabalhadores o direito de passar tempo com suas famílias, de cuidar de si mesmos e de buscar outras oportunidades de emprego ou qualificação profissional. Ela argumenta que essa jornada é uma forma de aprisionamento e não condiz com a dignidade do trabalhador. Além disso, a petição online destaca que a carga horária abusiva afeta negativamente a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar dos empregados.
Outras propostas de redução da jornada de trabalho também estão em discussão no Congresso Nacional, como a PEC 221/2019, apresentada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), que propõe a redução gradual da jornada de 44 horas semanais para 36 horas, sem redução de salário. O debate sobre a jornada de trabalho no Brasil tem despertado o interesse de diversos setores, incluindo sindicatos, centrais sindicais e entidades patronais. A CUT e a CSB apoiam o fim da jornada 6×1, enquanto a CNC expressa preocupações com os impactos financeiros para as empresas.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defende que a questão da jornada de trabalho 6×1 deve ser tratada em acordos coletivos entre empregadores e trabalhadores, considerando as especificidades de cada setor. Ele ressalta a importância de um debate amplo e detalhado sobre o tema, levando em conta as necessidades de todos os envolvidos. O cenário político em relação à jornada de trabalho continua em constante evolução, com diferentes visões e propostas buscando um equilíbrio entre a produtividade das empresas e o bem-estar dos trabalhadores.