Criado em 1999, o G20 inicialmente era composto por ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais da União Europeia e de 19 países, incluindo potências como Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Brasil. Em 2008, a cúpula passou a incluir os líderes do Poder Executivo desses países, como presidentes e primeiros-ministros. A proposta de inclusão da União Africana foi oficializada pelos anfitriões da cúpula de 2023, os indianos, após discussões prévias.
A participação da União Africana no G20 foi amplamente apoiada, inclusive pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que defendeu o ingresso oficial da organização durante um encontro em 2022. Para os líderes do G20, a inclusão da União Africana contribuirá de forma significativa para enfrentar os desafios globais atuais, como as questões ambientais e de segurança alimentar.
Segundo o diplomata Antonio Augusto Martins Cesar, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), a entrada da União Africana no G20 representa a participação indireta de mais 54 nações africanas, ampliando a representatividade do grupo para quase metade das nações soberanas do planeta. A presença da África no G20 é crucial, não apenas pelo seu papel na economia global, mas também por suas reservas minerais e potencial na transição energética de baixo carbono.
Os países da União Africana possuem um PIB considerável e desempenham um papel estratégico na transição energética e na produção agrícola. No entanto, para que esse potencial seja plenamente desenvolvido, é fundamental garantir a estabilidade política e econômica do continente. A União Africana, criada em 2002, busca promover uma África integrada, próspera e pacífica, por meio de sua Agenda 2063, um plano de ações para transformar o continente em uma potência global no futuro.
Em resumo, a inclusão da União Africana no G20 marca um marco na ampliação da representatividade do grupo e reforça a importância do continente africano nas discussões globais. Com a participação ativa dos países africanos, o G20 ganha mais diversidade e perspectivas, tornando-se um fórum mais abrangente e inclusivo para abordar os desafios do século XXI.