BRASIL – Justiça autoriza cultivo de cannabis para fins medicinais e industriais, com regulamentação da Anvisa em até seis meses.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão significativa nesta quarta-feira (13) ao autorizar a importação de sementes e o cultivo de cannabis (conhecida popularmente como maconha) exclusivamente para fins medicinais, farmacêuticos e industriais. A decisão abrange o cânhamo industrial, uma variedade de cannabis com um teor menor de 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC), que é o princípio psicoativo da maconha.

Durante a sessão, os ministros do STJ consideraram que a baixa concentração de THC no cânhamo industrial não o torna uma substância entorpecente, o que levou à autorização do cultivo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) terá um prazo de seis meses para regulamentar essa questão, conforme determinado pela decisão da Primeira Seção.

A relatora do caso, ministra Regina Helena Costa, foi responsável pelo voto unânime que resultou na autorização do cultivo da cannabis para fins medicinais. Segundo a ministra, proibir o uso da cannabis para tratamentos médicos prejudica a indústria nacional e impede o acesso dos pacientes a opções terapêuticas essenciais. Ela destacou que o cânhamo industrial não deve ser tratado da mesma forma que a maconha em termos de proibição, devido às diferenças científicas entre ambas as variedades.

Além disso, a liberação da cannabis para uso medicinal foi impulsionada por um recurso de uma empresa de biotecnologia que buscava explorar industrialmente a planta no Brasil. Embora a importação de insumos já fosse permitida pela Anvisa, o alto custo desses produtos no mercado nacional dificultava o acesso dos pacientes aos tratamentos adequados.

A decisão do STJ representa um marco importante na legislação brasileira e abre caminho para a ampliação do uso terapêutico e industrial da cannabis no país. A regulamentação que será estabelecida pela Anvisa nos próximos meses terá um impacto significativo na indústria e no acesso dos brasileiros a tratamentos medicinais eficazes.

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