O estudo também revela que, apesar de 68% dos professores da rede pública possuírem formação adequada na disciplina em que atuam na educação infantil e no ensino médio, esse número cai para 59% nos anos finais do ensino fundamental. Isso evidencia a falta de preparo de muitos docentes para lecionar em níveis mais avançados de ensino, o que pode impactar diretamente no desenvolvimento acadêmico dos estudantes.
Uma das possíveis soluções apontadas pelo gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, é garantir que os professores tenham a jornada adequada em uma escola só, além de estimular a realização de segundas licenciaturas para aqueles que já estão atuando na rede de ensino. Essas medidas visam melhorar a qualidade do ensino e valorizar a carreira docente, que sofre com a precarização das condições de trabalho e contratação em formatos temporários.
Outro ponto destacado pelo Anuário é a questão salarial dos professores. Em 2023, o rendimento médio mensal dos profissionais do magistério atingiu R$ 4.942, representando 86% do rendimento de outros profissionais assalariados com o mesmo nível de escolaridade. Apesar do aumento em relação aos anos anteriores, a modalidade de contratação temporária vem se tornando cada vez mais comum nas redes estaduais, o que gera instabilidade na carreira dos educadores.
Diante desse cenário, é fundamental que medidas efetivas sejam adotadas para valorizar a profissão docente, garantir a formação adequada dos professores e oferecer condições dignas de trabalho. O cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação, como a equiparação do rendimento dos professores ao dos demais profissionais, é essencial para a melhoria da qualidade da educação no país.