BRASIL – Vítimas da crise climática mundial se reúnem no Brasil para criar movimento internacional durante o G20 Social

O mundo enfrenta uma crise climática sem precedentes, e as vítimas dos seus efeitos estão se reunindo no Brasil para participar do G20 Social. O objetivo é avançar na construção de um movimento internacional que atue de forma articulada em debates considerados centrais, como a garantia de direitos das populações vulneráveis e a necessidade de uma transição energética justa. Segundo Sônia Mara Maranho, integrante do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), o evento acontecerá no Rio de Janeiro de 14 a 16 de novembro e foi instituído pelo governo brasileiro, que preside o G20 pela primeira vez desde 2008.

Durante o G20 Social, diversas organizações estarão envolvidas na preparação e execução de atividades. O MAB, em parceria com outras entidades, está liderando duas mesas autogestionadas. Uma delas abordará a Transição Energética Justa, Soberana e Popular para o Desenvolvimento Sustentável da Humanidade, enquanto a outra discutirá os Desafios das Populações Atingidas pela Crise Climática e o Acesso a Políticas Públicas.

Após a realização do evento, um documento síntese será apresentado e entregue aos governos de todas as nações na Cúpula dos Líderes do G20, que encerrará a presidência brasileira e passará o comando para a África do Sul. Sônia Maranho destacou a importância das lutas populares, mencionando casos como os rompimentos das barragens da Samarco e da Vale, que resultaram em tragédias e impactos socioambientais graves.

A preocupação com as violações de direitos envolvendo novas frentes de exploração mineral, como o lítio, também foi abordada. Sônia ressaltou a importância de levar as pautas das populações atingidas para o G20, destacando a necessidade de uma participação efetiva da sociedade civil para enfrentar os desafios da crise climática e garantir uma transição energética justa. No entanto, ela reconheceu que ainda há limitações nesse processo e que é essencial continuar lutando e mostrando as contradições do sistema atual.

A integração da sociedade civil e a construção de marcos regulatórios que garantam a responsabilização de empresas envolvidas em crimes ambientais foram apontadas como caminhos para oferecer respostas satisfatórias diante das tragédias, como as de Mariana e Brumadinho. A necessidade de globalizar a luta em defesa dos atingidos e construir políticas que respeitem a soberania dos povos e dos territórios foi evidenciada como uma maneira de promover mudanças significativas e enfrentar os problemas causados pela exploração desenfreada dos recursos naturais.

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