Os números indicam uma tendência preocupante, já que os casos de coqueluche vinham apresentando uma queda desde 1990, quando eram cerca de 10 casos por 100 mil habitantes, graças ao aumento da vacinação da população. No entanto, no ano de 2024, apenas o estado do Paraná registrou um coeficiente de 10,60, demonstrando a importância da imunização para conter a propagação da doença.
A infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio Libanês, aponta a queda na vacinação como o principal motivo para o aumento dos casos. Ela ressalta a necessidade de manter a cobertura vacinal em 95% e destaca a importância do acesso a exames laboratoriais mais avançados, que facilitam a confirmação dos casos.
Além disso, a falta de reforço vacinal para adolescentes é apontada como um fator que contribui para o aumento dos casos. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa os adolescentes recebem reforços que aumentam a proteção contra a coqueluche, no Brasil esse público não é contemplado, o que pode gerar impactos na saúde pública.
Os estados mais afetados pela coqueluche em 2024 foram Paraná e São Paulo, com 1.224 e 870 casos registrados, respectivamente. A cobertura vacinal no Paraná para a vacina pentavalente em crianças é de 90%, enquanto a da DTP é de 86%. Já em São Paulo, a média de cobertura para crianças estava em 86,1% em setembro.
A coqueluche é uma infecção respiratória transmitida pela bactéria Bordetella Pertussis e caracterizada por ataques de tosse seca. A vacina está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é essencial para prevenir a doença e proteger as crianças mais vulneráveis.
Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades de saúde reforcem as campanhas de vacinação e conscientizem a população sobre a importância da imunização para evitar o aumento dos casos de coqueluche e proteger a saúde pública como um todo.