BRASIL – Debate no G20 questiona o futuro da globalização e a necessidade de uma nova arquitetura financeira global para garantir sustentabilidade e justiça social.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, fez declarações instigantes durante o G20, realizado no Rio de Janeiro, sobre a bifurcação na arquitetura financeira global. Em meio a esse debate, Galípolo enfatizou que a globalização foi bem-sucedida, mas careceu de critérios de gestão que contemplassem a sustentabilidade, justiça social e ambiental. Diante disso, o cenário internacional tem levantado questionamentos sobre o futuro desse processo.

Segundo Galípolo, há duas vertentes em discussão. Uma delas propõe a desglobalização e nacionalização, transferindo a responsabilidade dos problemas para agentes externos. Já a outra vertente, apoiada pelo Brasil, sugere a reglobalização como forma de avançar em direção a uma arquitetura global mais inclusiva e ética. Para o diretor, é essencial buscar um modelo que vá além das vantagens comerciais, visando também o desenvolvimento social e ambiental.

Além disso, Galípolo comentou sobre as possíveis repercussões da vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos. Ele destacou a tendência de aumento da inflação devido às medidas anunciadas pelo presidente eleito, como a restrição à imigração e o aumento das tarifas de importação. Essas decisões já provocaram elevação das taxas de juros nos EUA, impactando de forma significativa o cenário econômico global.

No entanto, a economista Isabella Weber alertou para a possibilidade de acirramento das disputas comerciais e dificuldades de cooperação internacional sob a liderança de Trump. A incerteza política e econômica gerada por essas medidas pode complicar a busca por acordos e colaboração entre países.

Outro ponto abordado no evento foi a importância da educação financeira para a população, em especial para grupos vulneráveis. A comunicadora digital Nath Finanças ressaltou a necessidade de compreender o funcionamento da economia e dos mercados financeiros para garantir uma participação mais efetiva na vida econômica. Além disso, ela defendeu a inclusão de dados de gênero e raça nas análises sobre investimentos, visando uma maior representatividade e inclusão no mercado financeiro.

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