Segundo o economista, os países ricos detêm a maior parte dos votos nessas instituições, o que os coloca em uma posição de domínio sobre as nações menos desenvolvidas. Chang enfatiza que essa estrutura de poder direciona as decisões dessas organizações para atender aos interesses dos países mais ricos, prejudicando a autonomia e o desenvolvimento dos países em desenvolvimento.
Durante os debates do G20 Social, Chang também criticou as políticas do Consenso de Washington, um conjunto de medidas econômicas promovidas pelo mainstream econômico, que incluem cortes de gastos públicos, privatizações e flexibilização das leis trabalhistas. Segundo o economista, essas políticas estão sendo impostas aos países menos desenvolvidos desde os anos 1980, sem apresentar os resultados positivos prometidos.
O livro de Ha Joon Chang, “Chutando a escada”, analisa a pressão exercida pelos países desenvolvidos sobre as nações mais pobres, impedindo que elas sigam o mesmo caminho de desenvolvimento. Chang argumenta que as instituições internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, precisam passar por reformas para permitir uma maior participação e decisão dos países menos desenvolvidos.
Diante desse cenário, movimentos e entidades da sociedade civil organizada estão discutindo propostas para a reforma das instituições internacionais no G20 Social, visando uma maior inclusão e representatividade dos países menos desenvolvidos. No entanto, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pode limitar o debate sobre a reforma da governança global, conforme analistas consultados pela imprensa. Ainda assim, espera-se que haja algum progresso nas discussões durante a cúpula do G20, com a esperança de avançar em direção a uma governança global mais justa e equitativa.