BRASIL – Representante indígena critica projeto de exploração da Petrobras e alerta sobre ameaça do Marco Temporal em evento do G20 Social no Rio de Janeiro.

Na última sexta-feira (15), no Rio de Janeiro, a representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marciely Ayap Tupari, destacou a importância da demarcação de terras indígenas para qualquer modelo de transição ecológica. Durante a plenária sobre desenvolvimento sustentável no G20 Social, Tupari ressaltou a necessidade de proteção das populações nativas contra invasores, mencionando a ameaça do Marco Temporal e criticando o projeto de exploração da Petrobras na Margem Equatorial.

Segundo a líder indígena, os povos indígenas preservam 80% da biodiversidade do planeta, apesar de representarem apenas 5% da população mundial. Ela enfatizou que os indígenas vivem em harmonia com o meio ambiente e possuem um vasto conhecimento ancestral que pode contribuir significativamente para a sustentabilidade.

Tupari também abordou a questão da burocracia na concessão de financiamentos aos povos nativos, criticando as restrições impostas pelos bancos multilaterais e pelo governo brasileiro. Ela ressaltou que, embora haja promessas de financiamento por parte de organismos internacionais, na prática, o dinheiro não chega à população indígena devido às barreiras burocráticas.

Além disso, a representante da Apib manifestou preocupação com o projeto da Petrobras de explorar a Margem Equatorial, região que abriga grandes reservas de petróleo. Tupari enfatizou a importância de limitar a extração de combustíveis fósseis para combater as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente, especialmente na Amazônia.

Diante desses desafios, os movimentos indígenas estão mobilizados para defender seus direitos e se opor à exploração da Margem Equatorial. Tupari anunciou que durante a COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, no próximo ano, os indígenas irão protestar contra a exploração de petróleo na região, reforçando a luta pela preservação ambiental e pela demarcação das terras indígenas como forma de enfrentar as mudanças climáticas.

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